Engajamento cívico

Antecedentes

Hoje, mais do que nunca, verifica-se a exigência dos cidadãos de mais transparência por parte de seus governos. Informações sobre quem, porque e como são tomadas decisões são importantes para a responsabilização do governo, manutenção da confiança nas instituições públicas e para criar um ambiente propício para as empresas. A transparência não é apenas essencial para sustentar a integridade no setor público, mas também contribui para o aprimoramento da governança. Em verdade, a abertura e transparência podem melhorar os serviços públicos reduzindo o risco de fraude, corrupção e má-administração de recursos públicos.

A confiança no governo é essencial para a coesão e bem-estar social. Nos países da OCDE, 39% dos cidadãos afirmam confiar em seu governo federal.

Participação Eleitoral

A alta participação eleitoral é outra medida da confiança pública no governo e da participação dos cidadãos no processo político. A Participação eleitoral é definida como o percentual da população registrada que votou em uma eleição. A alta participação eleitoral é desejável em uma democracia, pois aumenta as chances de o sistema político refletir o desejo de um grande número de pessoas, e também do governo gozar de alto nível de legitimidade.

Embora o direito a voto seja universal em todos os países da OCDE, no Brasil e Federação Russa, nem todos exercem esse direito.  Nas últimas eleições para as quais existem dados disponíveis, a participação eleitoral ficou na média de 72% nos países da OCDE. Pesquisas mostraram que pessoas com maior nível educacional têm maior probabilidade de votar do que as com menor nível educacional, e que os mais velhos têm maior probabilidade de votar do que os mais novos. Não há grande diferença nos índices de votos entre homens e mulheres na maioria dos países da OCDE, embora na França, Irlanda e Suíça, os homens votem mais do que as mulheres em cinco pontos percentuais, enquanto que as mulheres votam mais do que os homens em cerca de seis pontos percentuais na Estônia e no Reino Unido. Na Federação Russa, as mulheres votam mais do que os homens em cerca de oito pontos percentuais. A condição financeira também afeta sua probabilidade de votar. A participação eleitoral geralmente aumenta conforme a renda individual e, em média, há uma diferença estimada de 10 pontos percentuais entre os 20% mais favorecidos da população e os 20% menos favorecidos da população. Esse intervalo chega a 29 pontos percentuais na Coreia e 25 pontos percentuais na Polônia. Todavia, no Chile, os 20% menos favorecidos têm maior probabilidade de votar do que os 20% mais favorecidos, mas em uma margem muito pequena, sugerindo que há ampla inclusão social em suas instituições democráticas.

A participação eleitoral é a melhor forma de medir o engajamento cívico e político, por várias razões (dados de alta qualidade, ampla comparação internacional). Todavia, esta medida está longe do ideal, principalmente devido às diferenças institucionais nos sistemas eleitorais. Embora a participação eleitoral seja realmente compulsória (e fortemente exigida) em diversos países, ela é, todavia, uma medida adequada do engajamento civil. No contexto do Índice para Uma Vida Melhor, a participação eleitoral mede como o engajamento cívico contribui para o bem-estar das pessoas e sociedade. A partir desta perspectiva, a alta participação eleitoral reflete a vontade de um grande número de pessoas (independente daquilo que realmente gere a alta participação).

Para obter mais informações a respeito de estimativas e anos de referência, consulte a seção FAQ e o banco de dados do Indicador Viver Melhor.

 

Consulta sobre criação de regras

A transparência na comunicação e acesso direto às regulamentações gera responsabilização do governo, ambiente propício para as empresas e confiança pública nas instituições governamentais. Em verdade, as regulamentações do país trazem muitas informações sobre a forma de organização da sociedade, as regras do jogo e as decisões políticas tomadas. Se os cidadãos puderem acessar prontamente e entender as regulamentações, maior será a probabilidade de que venham a participar do processo legislativo e obedecer às regras definidas.

O indicador Consulta sobre criação de regras  descreve o quanto os processos de consultoria formal estão embutidos no processo regulamentar de criação de leis. O indicador se baseia em um índice composto, formado por diversas informações sobre a abertura e transparência do processo de consultoria. Refere-se à existência de práticas institucionais, mas, todavia, não mede a real eficácia de tais processos.

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